ATENÇÃO À EVOLUÇÃO DA ICTERÍCIA FISIOLÓGICA PARA PREVENÇÃO DE KERNICTERUS
Keywords:
Icterícia; Hiperbilirrubinemia neonatal; Kernicterus; Paralisia cerebral; AtetoseAbstract
Introdução: A icterícia é uma condição comum no período neonatal e, quando classificada como fisiológica, desaparece geralmente sem morbidades associadas. Objetivo: Investigar a prevalência de crianças com paralisia cerebral (PC) discinética que apresentaram kernicterus associado à icterícia fisiológica neonatal em um centro de reabilitação e documentar se os pais dessas crianças foram orientados pela equipe profissional sobre os riscos da icterícia fisiológica, as formas de tratamento e a necessidade de acompanhamento da criança após a alta hospitalar. Método: Estudo observacional transversal realizado na Associação Mineira de Reabilitação. Foi realizada uma busca nos prontuários para identificação das crianças que apresentavam diagnóstico clínico de PC discinética ou forma mista de PC com componente atetóide. Dentre as crianças selecionadas (129), foram identificadas aquelas que apresentaram icterícia fisiológica (19). Destas, sete crianças foram incluídas no estudo pois apresentavam diagnóstico de kernicterus. Resultados: Seis das sete crianças foram prematuras. A manifestação da hiperbilirrubinemia teve início, em sua maioria, no 2º ou 3º dia de vida, caracterizando a icterícia fisiológica. A maioria das crianças apresentou diagnóstico de PC discinética. Todas as crianças receberam tratamento (fototerapia e/ou exsanguineotransfusão). Com relação às orientações sobre o risco de aumento da icterícia, seis das sete famílias não receberam orientações ou não souberam fornecer esta informação. Cinco famílias foram orientadas a continuar o tratamento com as consultas de rotina com o pediatra, após a alta hospitalar. Conclusão: A icterícia fisiológica neonatal deve ser acompanhada com maior atenção para prevenção de lesão cerebral devido a níveis elevados de bilirrubina no sangue. As famílias dos recém-nascidos devem ser orientadas quanto à possibilidade da piora do quadro de icterícia e aos riscos de prejuízos no desenvolvimento da criança, caso o tratamento adequado não seja implementado.

