ESTUDO EXPLORATÓRIO SOBRE A REPRESENTAÇÃO PSÍQUICA DA MATERNIDADE E SUA RELAÇÃO COM O ALTO ÍNDICE DE OCORRÊNCIA DE GRAVIDEZ NA POPULAÇÃO DE BAIXA RENDA
Keywords:
Maternidade; Saúde Pública; Feminilidade; Psicanálise; Métodos Contraceptivos.Abstract
Introdução: Ao pretender pesquisar o significado do filho na vida de uma mãe, o estudo alcança a via da saúde mental que postula que uma criança se constitui subjetivamente de maneira saudável ao ter sido objeto de desejo e cuidados maternos no início da vida. A hipótese do estudo considera que a maternidade é tida pelos sujeitos femininos como uma representação social e psíquica da feminilidade. Objetivo: O estudo pretende evidenciar a oposição psíquica entre o ser mãe e o ser mulher, mediante o desacordo existente entre o desejo de se relacionar sexualmente e o desejo de ter um filho. Método: Estudo exploratório de metodologia qualitativa. Foram entrevistadas dez mães com quatro ou mais filhos, sendo pelo menos um de pai diferente. Utilizou-se o método da Análise do Discurso para a análise de dados. Resultados: Oito dos dez sujeitos da pesquisa conhecem os métodos de contracepção e já os utilizaram, mas não com muita frequência. A maioria das suas gravidezes foi não planejada. Pelo menos uma das gravidezes de cada mulher entrevistada é fruto de relacionamento ocasionais. Conclusão: Concluiu-se que os sujeitos da pesquisa não desconhecem os métodos de contracepção e optam pela gravidez como uma solução para a solidão ou para manter o relacionamento com o parceiro. Os resultados da pesquisa levam a se concluir que as políticas públicas de planejamento familiar podem estar equivocadas, na medida que focam exclusivamente na informação e conscientização da contracepção e não nas causas e desejos inconscientes da gravidez.

