Quais usuários de glicocorticoides devem receber medicamentos antiosteoporóticos?

Authors

  • Jean Moura Lima Noleto RESIDENTE DE REUMATOLOGIA, HOSPITAL DO SERVIDOR ESTADUAL (HSPE/IAMSPE)
  • Paulo Guilherme de Oliveira Barbalho Junior MÉDICO COLABORADOR DO AMBULATÓRIO DE DOENÇAS OSTEOMETABÓLICAS, SERVIÇO DE REUMATOLOGIA, HOSPITAL DO SERVIDOR ESTADUAL (HSPE/IAMSPE)
  • Elaine de Azevedo MÉDICA ASSISTENTE E PRECEPTORA, SERVIÇO DE REUMATOLOGIA, HOSPITAL DO SERVIDOR ESTADUAL (HSPE/IAMSPE) https://orcid.org/0000-0002-9758-1002

DOI:

https://doi.org/10.61910/ricm.v8i3.548

Keywords:

Osteoporose, Glicocorticoides, Fratura secundária, Fratura por fragilidade, Terapia antirreabsortiva, Terapia anabólica

Abstract

A osteoporose induzida por glicocorticoides (OPIG) é a causa mais comum de osteoporose secundária, resultando em um risco aumentado de fraturas em pacientes de diversas idades e condições clínicas. O tratamento com glicocorticoides (GC) leva a uma rápida perda de massa óssea, principalmente nos primeiros meses de uso, tornando fundamental uma abordagem preventiva desde o início do tratamento. Para pacientes em uso crônico de GC em doses ≥ 2,5 mg/dia por mais de 3 meses, a avaliação do risco de fraturas deve incluir o uso da ferramenta FRAX® ajustada para GC, além da avaliação da densidade mineral óssea (DMO), especialmente nas regiões da coluna lombar e quadril. O tratamento preventivo inicial baseia-se na suplementação de cálcio (1.000-1.200 mg/dia) e vitamina D (800-1.000 UI/dia), sendo recomendado para todos os pacientes que iniciam GC. Em pacientes com risco moderado a alto de fratura, ou com histórico de fratura por fragilidade, o uso de terapias
antirreabsortivas, como bisfosfonatos orais deve ser a primeira linha de tratamento. Alternativamente, para aqueles que não toleram o tratamento oral ou apresentam contraindicações, pode-se considerar o uso de bisfosfonatos intravenosos, denosumabe ou anabólicos como a teriparatida. Pacientes em risco muito alto de fratura, como aqueles com múltiplas fraturas prévias ou perda óssea significativa durante o tratamento com GC, podem se beneficiar da terapia com agentes anabólicos seguidos de antirreabsortivos para garantir aumentos contínuos
na DMO. A abordagem adequada do manejo da OPIG requer uma avaliação contínua do risco de fratura e deve ser individualizada para cada paciente, com estratégias que envolvam tanto a prevenção quanto a intervenção terapêutica.

Published

10/31/2024

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Original Article